1.4.18

sexta santa quase infinita

Após uma quinta santa que teve desde pessoas dando ingressos pra prestigiar o filme do edir macedo até boas pescadas de minha pessoa no bar da cida, a sexta da paixão prometia ser bem agitada, muito por conta dos rolês que já estavam esquematizados com certa antecedência e também pela oportunidade de aproveitar o feriado ao lado de boas gentes. 
O começo da quase infinita saga foi numa escola do Parque Acalanto, zona sul daqui de Goiânia. Fui acompanhar o rolê de stencil dos manos Renan (Coletivo Kaiser Crew) e Rustoff, além de mais uns manos do grafitti. No local já estavam alguns malacos e um bom rap rolando pra ditar a trilha daquela manhã ensolarada. Revi conhecidos, tive o prazer de ver o processo de pintura dos caras e em determinado momento fui convidado a comandar o som. De Wu Tang Clan, passando por Mzuri Sana e terminando com Black Helicopters do Non Phixion, o esquema todo terminou já no gongo do almoço, tudo muito massa e o cansaço gritando por todo o meu corpinho. Vale lembrar que eu estava viradão do rolê do dia anterior e só apareci em meu lar mais de 24 horas depois. 
Devidamente descansado, banhado, cheiroso e revigorado, era chegada a hora de recomeçar os trabalhos do dia, e o crime da vez era conferir a apresentação dos neozelandeses do The Cavemen e a nova formação do Bang Bang Babies. Antes, rolou a clássica session de discos no quarto mais movimento do Jarinão (prédio clássico do centrão) e depois fui fazer a função de descolar uma bateria pro evento, acompanhado de dois cabras da melhor qualidade. Tudo resolvido, partimos pro local do forró de cego, que no caso era o Shiva, bar descolado da região central da cidade e que iria receber naquela boa noite os shows das bandas citadas anteriormente. 
Chegando na porta da boca do local, dei uma leve olhada pra dentro do ambiente e notei que já estava bastante cheio, então tratei de agilizar o pagamento de minha entrada e garantir algum lugar estratégico pra começar a fazer o uso de bebidas. Antes, conversei com alguns conhecidos, os gringos da banda e consegui com certa dificuldade arrumar cadeiras pra sentar numa mesa que aos poucos foi preenchendo com um bom aglomerado de amigos. 
Entre bons papos sobre Basquiat, Hermeto Pascoal e rumos da política nacional, os primeiros acordes surgiam da pequena salinha interna do bar. Era a vez do Bang Bang iniciar as atividades sonoras da noite. Firmei num lugar estratégico da apertadinha sala e pude conferir a banda em ação com o seu novo percussionista, Julio Baron, cabra que segura as pontas de algumas boas bandas da cidade (Frieza, WxCxM, Ímpeto. E o que eu posso dizer depois do que presenciei é que a banda ganhou mais força e aceleração, músicas mais rápidas que colocaram o pessoal pra sacudir os corpos sem nenhuma hesitação. Pedrim com uma baita presença de palco e reforço aqui mais uma vez que a banda funciona muito bem em espaços mais pequenos, pois rola uma interação incrível. Teve até um Dead Rocks ali de lambuja, dancei bastante e lembrou muito os shows que eu presenciei no saudoso Capim Pub. 
Voltando para os aposentos situado na parte externa, logo começou uma chuvinha boa, fazendo com que parte das gentes presentes ficassem mais próxima. Climinha de balada torta era o que aparentava. Com uma playlist ao fundo que passeava entre Bikini Kill e Ramones, minhas idas ao balcão eram frequentes pra consumir uma bela latinha de cerva que estava com um preço razoável prum evento daquele naipe. Perambulei por alguns ambientes do espaço e topei com amizades de longa data que achei bem legal em rever. 
Mais alguns bons diálogos e era a vez dos gringos do The Cavemen mostrarem o seu poderoso som. Minha expectativa era grande por conta de alguns relatos de pessoas que tinham ouvido o som ou visto a apresentação do quarteto podre. Com um visu que lembrava muito as bandas de garage punk, os cabras começaram o torpedo sonoro que quase causou uma catarse em quem estava presente. Não eram muitos, pelo bom número de presentes por todo o ambiente, o que posso falar é que aqueles que não viram, perderam uma das melhores apresentações de rock torto que essa cidade já teve. Uma mistura suja e agressiva de Iggy & Stooges, Saints, Cramps e mais alguma coisa foda relacionada. Fiquei completamente anestesiado após o arsenal sonoro apresentado e pude notar essa impressão nos rostos e nos comentários daqueles que estavam presentes. Goiânia e o submundo precisam de mais bandas desse calibre. Agradeço aqui a Mandinga Records por proporcionar essa maravilha por um preço mais que acessível.
Parcialmente recuperado da avalanche dos neozelandeses, fui tomar um bom ar do lado de fora do espaço e passado alguns minutos, parte do bonde do pessoal de Brasília chegaram no Shiva, pois do outro lado da cidade estava acontecendo outro rolê com banda gringa (Adacta). Pícaro & Cia tomaram o lugar de assalto e o esquema estava tão massa e com papos engraçados que fomos expulsos do bar (rizos) e terminamos a madruga de forma clássica comendo um x-podrão no xodog. Uma sexta quase infinita que ainda rendeu boas histórias e risadas no dia seguinte. O mundo precisa de mais dias como esse. Obrigada. 


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