31.10.11

Sepultura - Roots (1996)





Taí ó, foram tantos pedidos, nêgo me ameaçando de morte e eis que aqui está a bolachinha do Sepultura (ainda com o Max, é claaaro!), disquinho que ficou muito famoso lá pelas bandas do Codó-MA e nos milhares terreiros desse mundão afora. O "Roots" foi lançado em 1996 e mudou definitivamente os rumos do heavy metal, técnica, maconha, cantigas tribais, macumba e uma dose de carniça no corpo, tudo junto, fazendo uma gororoba pesada e original, diferente de tudo que existia, até então. Depois tod@s sabem o que aconteceu: mulher, ciúme, briga, homem chorando ouvindo brega, Nelson Rubens e o Max foi viver fora com a sua digníssima, largou a banda, fez Soulfly, fumou pedra, perdeu os dentes, cultiva dread de pedinte, tá mais parecendo canibal de desenho oitentista, montou o Cavalera Conspiracy com o irmão querido, Andreas divide palco com Chimbinha, Derick Negão tod@s tem medo, Sepultura hoje é uma merda, Axl Rose foi a melhor piada do Rock In Rio e eu odeio Foo Figthers! Beyjos.

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Sepultura - Roots (1996)

30.10.11

Tumbero - Toscore - EP(2011)





Tumbero é uma banda de hardcore oriunda lá da cidade de Cambuí-MG. Os lyndos soltaram seu primeiro EP, intitulado "Toscore", há alguns meses atrás. Gravado ao vivo e posteriormente mixado em estúdio, o registro possui 6 cantigas, bem aos moldes "hardcore sem frescura", ou seja, rápido, cru e com letras fortes, com fortes pitadas de grindcore. Se tu é fã de Ratos de Porão e coisas do tipo, recomendo esse registro, que pode lhe causar fortes distúrbios na mente se ouvir seguidamente em volume máximo. Mas se você, querid@, tem medo de dormir à noite com a luz apagada, e com isso sofre de insuportáveis insônias e fica vagando por aí, nas noites em botecos e cabarés elegantes da cidade, vous passar uma simpatia finése, indicada por Pai Arnapio, para que esse mal saia de vez de sua vida. Você presisará de pegar 7 jatobás, colocá-los em seu quarto por 1 mês. Após isso, triture as frutas num liquidificador, misure com gel e passe no cabelo, deixando agir por 7 dias. Quando a carniça estiver insuportável, ao ponto das pessoas te xingarem e baterem em você com filêpa de pau, raspe a cabeça e grite, girando os cabelos cortados dentro de uma sacola, a seguinte frase: "Agora estou limp@ e não cheiro carniça, durmo no escuro até comendo linguiça". É fazer certinho e tu via ver os lynos resultados da simpatia. Beyjos!

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Tumbero - Toscore - EP(2011)

24.10.11

Decibéis Debilóides




Chegou sem capa, veio com cantigas faltando(eu acho...), não sei o ano do registro, algum raparigo bem intencionado nos deixou o link para baixar esse registro e eis que aqui está, um registro de uma banda de hardcore "dazantiga" daqui de Goiânia, falo do Decibéis Debilóides. A banda contava com dois vocais, Eduardo e Lorena, letras em português altamente explícitas, provocantes e resistentes, acima de tudo. A capa em questão foi retirada da coletânea HC SCENE 2(ao que me parece o nome no encarte está errado ou foi modificado depois, não sei o certo...), e tenho certeza que algumas dezenas de dinossauros quando avistar essa lyndeza por aqui, vão chorar copiosamente, relembrando de tempos de domingão da brodage, cantoria, escola técnica federal de goiás, ginásio de campinas, joãozinho mercês, troca de cartas, tretas, falta total de estrutura e etc. E pra galera mais nova, que ama mais visual, fotos e "status", recomendo conhecer um pouco mais da história do harcore goianiense, ouvindo e conhecendo bandas como essa e outras que no decorrer dos meses iremos postar como forma de resgate. Beyjos, meus queridos!

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Decibéis Debilóides

21.10.11

Division Of Terror - The Madness Of War - Demo(2011)






Division Of Terror é um conjunto formado nesse caótico ano de 2011 na cidade de São Paulo. Com David Andrade na guitarra/vocal e Denilson no comando das baquetas, a dupla mescla o apocalíptico grindcore com o maléfico death metal em suas lyndas cantigas. Essa cabarezágem pode ser encontrada no primeiro registro dos bacharéis, a demo "The Madness Of War" contém 5 suaves músicas, com inflências claras de Napalm Death, Agathocles, Krision(a banda nacional mais "humilde" que existe!!!), Terrorizer e demais belezuras adjacentes. Com letras que abordam temas como a decadência humana, os horrores da guerra, o consumismo desenfreado, os raparigos possuem uma demo de uma qualidade muito boa, excelente pra você que ama barulho de obras civis. E é o seguinte, se tu é um desses cabras que empresta dinheiro e nunca recebe o ordenado, vou passar aqui uma simpatia que va resolver esses problema de vez, essa aqui é uma simpatia indicada pelo grande Mestre Bita do Barão, residente da pacata cidade de Codó-MA. Você irá fazer o seguinte: Escreva o nome do infame que lhe deve em três papéis, em cada um embrulhe com uma moeda de 1 real. Deixe guardado em uma gaveta por 7 dias. Após isso, retire as moedas da gaveta, enterre-as próximo de um pé de bananeira e regue todos os dias. Ao receber a dívida, desenterre as moedas e beba essa grana toda em doses no terminal, pegue o ônibus mais lotado, desça em um ponto qualquer e volte à pé pra casa. Banhe seus pés cheios de calos e feridas com álcool com arnica e quando sentir sua alma desgrudando de você, pronto, a simpatia está toda feita e nenhum frango das costa lascada irá dever mais nenhum centavo pra ti, é seguir certinho as dicas e tentar ser feliz. Beyjos, lyndos(as)!



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Division Of Terror - The Madness Of War - Demo(2011)

20.10.11

Necrofilia - Forças do Mal - Demo(2011)




Necrofilia é uma banda de speed/thrash metal formada em junho de 2011, na cidade de Plantaltina-GO. Com o intuito de resgatar as raízes oitentista e tal, a rapaziada soltou uma demo, intitulada "Forças do Mal". A bolachinha contém 4 cantigas lyndamente cantadas em português, gravação que lembra os tempos difíceis, eco nos vocais, gravação suja e tudo mais. Se tu é um amante de thrash metal, das roupas de lycra coladas propositalmente rasgadas nos joelhos, é um apaixonado pelos cintos das balas de plástico, mas tu tem um grave problema que lhe impede de gritar e ser vocal de uma banda, você tem voz de negão de periferia e não consegue nunca, dar aqueles gritinhos afinados característicos do estilo. Pois bem, amigo, vou aqui passar uma simpatia adquirida lá no terreiro de Mãe Lindauva de Oxossi, é o seguinte: Você terá que pegar um quilo de bosta de gato enterrado, duas romãs, pimenta malagueta em pó e uma camiseta do Whitesnake. Coloque todos os ingredientes na panela de pressão, menos a camisóla, e deixe cozinhar bem. Quando você sentir aquele gostoso cheirinho, desligue, coloque tudo em uma banheira com pétalas de rosa, banhe com a camiseta vestida, vá para uma praça e depois grite por 100 vezes a seguinte frase: "Papai, papai, eu estou fedendo e sou mal, quero a minha voz fina pra cantar thrash metal.". Pronto, meu lyndo, você que antes era um niggaz jogador de basquete, agora será um profanador tosco, que dentre outras coisas, será um profundo apreciador de catuabas e de bebidas fynas. Beyjos meus amores, até logo!

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Necrofilia - Forças do Mal - Demo(2011)

16.10.11

10 Anos de Insetu's - Uma década de resistência(Parte II)

E aí negadis, tudo na paz de Jah? Pois é, voltei pra terminar a resenhéx(parte II) dos 10 anos de Insetu's Produções, comemoração essa, ocorrida no último dia 1º desse lyndo mês. Os palcos, intercalados da noite, além de uma ótima sonorização e luz, homenageava duas lendas do verdadeiro underground goiano, de um lado o palco Hocus Pocus, palco esse que mencionava com muita honra a loja mais underground da cidade, uma lembrança mais que justa à loja que tanto apoia os eventos aqui da cidade e ao Juninho, guerreiro que sergue firma com a sua loja de quadrinhos. Do outro lado, o palco HC-137, homenageando a lendária banda punk/hc daqui da capital. Bom, com essas menções honrosas das mais dignas, bandas finéses batalhando dentro dos teatros e público bem bonito e bêbado, a noite seguia tudo nos conformes. Seguindo os relatos acerca das apresentações, subia em um dos palcos, a banda punk do DF, Os Maltrapilhos. Os candangos agitaram os derrotados presentes, fazendo um show bem clássico e com discursos fortes. Gosto da postura, do visual e das cantigas, dos já não joviais. Conversa vai, conversa vem, o tiozim fedendo bosta seca deixando seu gostoso aroma por onde passava e devido toda a correria de bauruzéx, ajuda com instrumentos e conversas com pessoal, acabei perdendo a apresentação da banda Madre Negra, uma pena, pois queria muito ter visto, paciência..., outras oportunidades virão, espero. Após a degustação dos bauruzéx por alguns belos, corria de boca em boca a notícia de que o Ímpeto(banda de hardcore daqui da cidade formada por 3 idosos decadentes e 1 gostoso sósia do Marcelo Camelo) estava bailando no palco HC-137. Por conta da triste notícia de dias antes da morte do Redson(vocal e guitarra do eterno Cólera), os bonitos fizeram um show/tributo ao Cólera. Simplismente emocionante, clássicos eram esbravejados por novos e anciãos, lágrimas, arrepios, emoção, tudo misturado naquele local fechado, com os discos da banda homenageada expostos no alto da lateral direita do palco. Digo que esse foi um ponto alto do evento, não porque foi cover, nem porquê o pessoal foi participativo do começo ao fim, mas pela lembrança de uma figura que mudou e moldou a vida de tantas pessoas através de sua música e de sua mensagem. Chorei copiosamente, ao ponto de chupar todo o meu catarro que escorria de minha venta, só pra não sujar minha lyndinha blusa. Seguindo o relato, era a hora do Agrotóxico subir aos palcos, muita expectativa desde a primeira apresentação dos rapazes nessas terras de cá, fato ocorrido lá no longínquo campus da UFG. E amigo, que apresentação agressiva, fazendo aquela cambada de mal amados irem ao delírio. Falo com toda a certeza, O show do Agrotóxico tinha que ser realizado sempre nas periferias, em lugares aonde as pessoas são esquecidas pelo governo, porque as letras, a sonoridade é apocalíptica demais, se tu bobear, tu se fode nas rodas...e foi isso que eu vi, pessoal com uma energia absurda, clássicos tocados, fazendo um passeio por toda a discografia da banda, fãs se esguelando fazendo altos stages dives insanos. Show digno e de responsa, ou seja, muito suór, contusões e um arominha de cocô que pairava pelo ar, que dava um gostinho especial em cada baile. Voltei para as minhas funções culinárias, totalmente exausto e satisfeito até então, claro. Mas a noite ainda não tinha terminado e entre uma cervejéx, uma água para hidratação do corpinho, música brega no celular e muitas risasdas, o A.R.D., lendária banda punk do Distrito Federal subia aos palcos para mandar o seu recado. Gilmar e demais dinossauros fizeram uma apresentação memorável, para joviais e idosos nenhum botarem defeito.
E eis que era chegada a hora mais esperada da noite, era a realização do sonho de muitos presentes ali, e eu estava incluso nisso. No caminho até o teatro, fui lembrando das vezes que eu ouvia escondido de meus pais, discos punks do naipe de Cólera, Ratos De Porão, Sex Pistols, Dead Kennedys e muitos outros, e o quanto aquilo era forte, diferente e o impacto que causava em mim, ao ler, ouvir e ver, letras, músicas e capas. Tudo veio em mente e quando adentrei em uma das caixas d'água daquele centro cultural, o que se podia sentir além de muita energia, era uma forte emoção saindo de todos aqueles corpos sujos, suados e machucados. O Olho Seco começava sua apresentação e fechava aquela noite inesquecível para os presentes. Fábião e a sua lendária jaqueta deixava a cada música a certeza que o punk vai ecoar ainda por muito tempo e com uma força incrível. Clássicos como "Eu Não Sei", "Botas Fuzis E Capacetes", "Todos Hipnotizados" eram esbravejados por todos, o palco se tornara um local democrático, em que lyndos e lyndas subiam, pulavam ou dividiam os microfones com muita emoção. Choros, sorrisos, satisfação, amizade, tudo misturado em coros, rodas, abraços. Pra mim, que jamais esperava ver a banda nos palcos novamente, foi uma espécie de pagação de pau mesmo, mais que qualquer coisa, admirei o show do começo ao fim, as vezes pulando, as vezes gritando ou simplismente estático, observando banda e público, numa sintonia difícil de ver. A banda fechou o show com o hino "Isto É Olho Seco" e aquele teatro segurou as pontas, pois até o tio cagado passou a cheirar alfazema, do tanto que o ar estava puro anquele exato moemnto, aquele que tinha algum exu no corpo, expulsou naquele momento de forma avassaladora Saldo final? De que os sonhos são possíveis, que a correria, a amizade, as pessoas boas, o punk, o hardcore, coisas que envolvem sentimentos e não dinheiro ou inveja, valem muito à pena, nesse mundo cada vez mais perdido e sem sentido. Walkir, Carol, Junior e todo o pessoal da Insetu's, pessoal da 3M, que ao longo dos meses que antecederam ao evento, fizeram todo o esforço, os encontros, as reuniões, as metas, as camisetas vendidas, os pequenos shows para arrecadação de verba, definição do nome do evento, do desenho do cartaz, da seleção das bandas, tudo, sem tirar nem por, um muito obrigado, pois toda essa loucura, preocupações, noites sem dormir, foi recompensado com uma noite memorável, que ficará para a história do underground goiano e que certamente daqui alguns anos e décadas essa noite será falada e lembrada em rodas, entrevistas, relatos para amigos, filhoe e netos. E se a inveja e o egocentrismo corroeu os órgãos internos de alguns que queriam ter tocado ou participado efetivamente dessa grande festa, o que pode-se dizer é que ao invés de pensarem em si próprios, tentem pensar em algo coletivo, sem preocupar-se com status, pois uma "cena" forte é feita na base da união(coisa bem utópica essa minha) e não em insinuações ou falação em tópicos de internet, pois na vida real, no dia-a-dia, a vida te cobra e você tem que ter a humildade suficiente, e saber que criticando sem argumento, será cobrado, que algo que é feito para unir. Atitudes impensáveis só faz dividir e continuar na mesma merda em que se encontra há anos. Por fim, agradeço de coração pelo público presente, pelo apoio de todos nessa dura caminhada, e podem ter certeza que mais coisas de impacto ainda estão por vir, porque desse lado existem guerreiros e guerreiras que não desistem nunca. Obrigado à Insetu's por uma das noites mais lindas dos últimos tempos aqui nessa cidade, no que diz respeito à underground, rock, punk e hardcore, que mais 10 anos venham com essa mesma força e resistência. Um grande beyjo no corção, meus amores, até mais!


Fotos por: Nati Simão

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14.10.11

RUWÄ - Ratos No Tucupi (2006)




E aí, tudo bem negadis? Chuva delícia que anda molhando os corações apaixonados dos(as) goianienses mais toscos, pedrinha com preço abusivo nas ruas noturnas do centro e muita criança fedendo cocô seco dentro dos novos veículos do eixão. Bom, venho através desse falar de uma banda que é oriunda lá da nossa querida e adorada Belém do Pará. RUWÄ (que traduzindo do hebraico, significa "manifestação popular") é um conjunto que segue a linha punk/hardcore periférico, abordando em suas cantigas, as mazelas que acontecem nos bairros afastados do centro. "Ratos No Tucupi" é o primeiro registro dos bacharéis, datado de 2006, contém 12 cantigas de puro protesto, mesclando o já citado punk/hardcore com pitadas de rock'n roll, na moral..., o discão é bom, guitarrinha finése, com toda a certeza o raparigo que manja o intrumento tem fortes influências de Aldo Sena e Mestre Vieira. E se tu, querido rapariguêro, que é conhecido entre seus amigos toscos, como "boca de fossa", "buraco de carniça" e não aguenta mais tanta mangofa com a sua cara, vou aqui passar uma simpatia finése para que esse mal suma de vez de sua vida e que você volte a bocejar tranquilamente à quilometros de seus amados sem incomodá-los. Na lua minguante, coloque dentro de um copo de água bem quente, limão, mel, três colheres de pinho sol e duas tapas de água sanitária (aqui é mais conhecido como Quiboa). Mexa bem, faça o gargulejo falando ao mesmo tempo:"Suma, suma, catinga infame e nunca mais me deixe passar por esse vexame.". Pronto, fazendo isso, tu poderá falar, beijar, dividir catuaba, cantina das trevas, velho barreiro, sem sofrer nenhum tipo de rejeição. Certim? Beyjo no coração, meus lyndos e lyndas!

Myspace: RUWÄ

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RUWÄ - Ratos No Tucupi (2006)

10.10.11

10 Anos de Insetu's - Uma década de resistência(Parte I)

Foi no sábado, 01 de outubro de 2011. Eu acordara com uma ansiedade muito grande naquele específico dia. Passou um filme na cabeça de tudo que eu, com meus poucos 27 anos de vida, já tinha passado, visto e convivido no meio punk/hardcore, seja com meu irmão, seja com seus amigos ou de meu próprio interesse por esse estilo que tanto arrebanha perdidos e perdidas nesse mundão afora. Pois bem, acerca de mais ou menos um ano, Walkir, lenda do underground goianiense e do centro-oeste(definitivamente esse é o adjetivo que melhor representa esse guerreiro), chegou com a idéia em mente da comemoração dos 10 anos da Insetu's Produções, organização que já trouxe para Goiânia bandas do naipe de ROT, Cólera, Atack Epiléptico, Vulcano e tantas outras bandas importantes do cenário agressivo independente desse país. Idéias expostas aqui, opiniões rejeitadas ou melhoradas ali, pessoas agregando ao sonho do cara, dificuldades, parcerias desfeitas e eis que conseguia-se fechar o retorno definitivo aos palcos da lenda do punk mundial Olho Seco, e isso se daria aqui na capital, o que era melhor e incrível. Minha primeira reação ao receber tal notícia foi de total euforia, emoção e muita espectativa da concretização desse sonho em ver o Olho Seco nos palcos. Os meses se passaram, pessoas criticaram, não botaram fé na parada, atitudes ridículas e invejosas foram vistas nesse meio virtual...enfim, muitos vidros quebrados foram pisados, mas a caminhada seguia firme e convicta até nesse exato dia, histórico para muitos, comum pra quem não faz parte ou não sente isso na alma. Sei que passei o dia correndo com os baurus que seriam vendidos naquela noite, passei o dia ouvindo só punk nacional, lógicamente para entrar no clima daquele lendário dia. A caminho do local, uma chuva, que há meses não pintava na cidade, resolveu cair e refrescar os lyndos corpinhos dos sebosos que iriam bailar mais tarde nos quentes teatros do Centro Cultural Martim Cererê, local mais que ideal para a celebração daquela elegante festa. Chegando ao local já era possível ver uma aglomeração de podres e mal vestidos nas dependência internas e externas do local. Amigos, amigas, seguranças, pessoal das bandas e o Paulo(baixista da banda C.R.A.C.K.), raparigo que veio na raça lá de São Paulo para prestigiar o evento. Tô pra conhecer um rapaz daquela marca, finése nas idéias e no visual(camisóla do Corre Que Jesus Voltou deu um charme peculiar para o lyndo). E aos poucos a aglomeração de pessoas ia aumentando, enquanto eu montava os esquemas para a venda dos deliciosos baurus, da barraca do chorume. Do lado havia uma caixa com o som no talo que tocava os clássicos do Cólera, uma clara homenagem ao falecimento do vocalista Rédson, o cara tinha nos deixado de forma inesperada três dias antes da realização do evento. O climão tava fyno, conversas rápidas com Eduardo(O Grito do Inimigo), Guga e André acerca daquela noite davam mais ansiedade em minha pessoa e a correria(pra variar...) não parava. Ficara sabendo com muito pesar que o Coerência, banda de hardcore melódico daqui da cidade, não iria tocar por conta de atrasos acerca da montagem de palco, som e por compomissos de integrantes do conjunto. Baurusilhos começando a ser vendidos e o Overcome dava o pontapé inicial para aquela noite repleta de expectativas e emoções. Ao adentrar no teatro percebi algumas dezenas de infelizes espantados com a banda, especificamente com o vocal capirótico de Amanda, confesso que também sempre fico boquiaberto com o contraste do visual singelo da garota com seu gutural satânico. A banda mandou bem com a mistureba de deathcore/hardcore das mais bem feitas, achei o som meio desregulado, mas a pegada forte do começo ao fim da rapaziada fez esse detalhe passar desapercebido e ainda fazendo alguns infames, ainda frios, sacudirem seus troncos de jatobá de forma bem intensa. É, a noite começara bem.
Voltei para o meu posto de vendedor de bauru, acompanhado sempre de um bom brega, num desses celulares mordenéx e tal. Conversas boas com dinossauros e novos, cheiro delicioso do bauruzéx me deixava até com frio na espinha, e eu partia todo ligeiro pra ver a apresentação do Death From Above, e amiguinhos..., Glauco, Danny e Slake estão perfeitamente lyndos no
palco, apresentação clássica mesclando cantigas antigas e novas, e é fato dizer que os moçoilos estão entre os melhores do estilo(d-beat) no país. Ao sair de dentro do teatro, chegara ao meus ouvidos a notícia de que havia um tiozim completamente cagado perambulando nas dependências do espaço, fiquei totalmente estasiado, querendo encontrar o engenheiro pra poder apreciá-lo de mais perto. Aos que me relataram o fato, a conversa era de que o odor do raparigo estava insuportável, ou seja, a noite realmente estava perfeita, com gente cagada, feia e sem esperança desfilando por ali. Entre uma ida rapidóla ao banheiro, uma cervejéx geladíssima e baratéx(fato raro e louvável nos eventos daqui da capital), piriguetada com meu amor, eu ia trombando com figuras como o incansável e não menos lendário Felipe CDC, Totors(Innocent Kids), o Tiranossauro Rex Israel, Gilmar(A.R.D.), Chiqueirim e o lendário e elegante Meleca, todos com expressões felizes em suas faces. Parti pra ver a apresentação dos comparsas do Abalo Sísmico, galera que representa com muita honra as periferias de Aparecida de Goiânia através do hardcore/punk. Era a primeira vez que os bacharéis subiam aos palcos do Martim Cererê e os quatro garotos, que não eram de Liverpool, vomitaram toda a ira contra o sistema e sociedade em cantigas rápidas e cantaroladas fora do tempo pelo insano Muhamad. Stopa, na batera, se deliciava na arte de escapulir baquetas durante as músicas, enfim, apresentação digna para os que entendem e assimilam a mensagem que a banda passa.
A noite seguia perfeitamente bem e chegara aos meus sensíveis ouvidos a notícia de que o Sangue Seco estava fazendo a negadis bailar até fazer sabão nos pés. Cheguei e vi um show impecável, Eduardo, Guga, André e Aurélio esbanjavam emoção e alegria por tocar e dividir
aquela noite com a lenda Olho Seco. Mesclando músicas já conhecidas com cantigas novas que farão parte do próximo álbum do conjunto, a apresentação foi uma ode ao punk, com discursos curtos emocionados, referência ao saudoso Rédson, público satisfeito e o tiozim cagado deixando seu rastro por toda a parte. Voltei novamente para o balcãozinho pra peparar mais uns rangos pra galhere, algumas moças ouriçadas com a presença do batera Pedro do Agrotóxico/Kaos 64 ali pelas imediações do bar, alguns stencils em uma lona exposta próximo à portaria davam uma destacada legal no visual externo. Corri igual um lascado véi pra ver o Tarja Preta, banda da nova geração daqui da cidade que faz hardcore agressivo e sem frescuras. E foi isso que os infames presentes puderam ver da apresetação dos rapazes, com um vocal altamente agressivo, cover de Ratos de Porão que deixou a galhere mais entusiasmada e uma apresentação simples e digna, já que os joviais também estreavam nos palcos daquele teatro. Uma leve desconjuntura intestinal me fez ausentar e suar muito em um banheiréx mocosado por alguns looongos minutos.
Passado o sufoco e aliviado, resolvi beber mais algumas cervejas, jogar conversa fora com alguns conhecidos e descansar um pouco de toda a correria que estava sendo até então, de fazer baurus, ver shows, tentar fotografar, guardar instrumentos, ufa!
A noite estava agradável ao extremo, refrescante por causa da chuva que havia caído mais cedo, nostálgica pela presença de velhos amigos e em meio à essas
sensações, o Descarga Negativa subia aos palcos para destilar o seu veneno. Walkir com toda a correria que aquela noite estava lhe proporcionando, conseguiu separar um tempo para fazer uma das coisas que mais gosta, expor pra fora toda a indignação, raiva e falta de esperança nos vocais de sua banda, que voltou com tudo recentemente à ativa e isso foi muito bem visto pelos presentes. Apresentação curta e muito intensa, papo reto e sem frescurinhas, pra quem conhece Walkir, Junior, Stopa, Josias, e Taufic, sabe que a postura não seria diferente, gostei muito do que vi, daqueles, que acima de tudo, são meus amigos. Bom, essa foi a primeira parte desse lendário dia para a "cena" goiana, se gostarem, beyjo no coração, se não..., beyjo no coração também.

Continua...


Fotos por: Nati Simão

http://www.flickr.com/photos/natisimao

5.10.11

Gerações Perdidas - Demo(2011)





Gerações Perdidas é uma banda da nova geração daqui da cidade de Goiânia que segue e difunde o punk/hardcore. Formada nesse ano de 2011, os joviais soltaram recentemente a primeira demo do conjunto, com letras em português, influências claras do punk/hardcore nacional e boas pitadas do punk filandês. A demo contém 8 músicas que abordam o descaso com as questões ambientais, a mídia manipuladora de opiniões, a crueldade das guerras e a falta de esperança que está cada vez mais enraizada no ser humano. Registro muito bom pra você que curte punk, hardcore, música rápida, sem frescuras e com mensagens fortes. E se você anda com sérios problemas com gases, o popular peido, não pode nem bocejar que já afrouxa as pregas, vou passar uma lynda simpatia pra que você controle esse infame e impiedoso mal. Você terá que adquirir duas batatas de purga, ingeri-las em dois dias consecutivos e logo em seguida quando você defecar até ficar todo desidratado, pegue a massa que você depositou na privada, coloque na panela de pressão e depois ofereça todo o produto para Iemanjá, se tu não mora em litoral, vá para o córrego mais próximo e jogue toda a oferenda antes do meio-dia. Pronto, você agora poderá rir tranquilamente em rodas, sentar nas poltronas com todo o impulso necessário e possível, pois a partir de então tu irá controlar com muita maestria os malditos gases oriundos de seu sagrado ventre. Certinho, meus amados? Beyjos e até logo!


Myspace: Gerações Perdidas

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Gerações Perdidas - Demo(2011)